quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Encontro com o escritor Carlos Canhoto

O escritor Carlos Canhoto marcou presença na nossa biblioteca, no passado dia 16 de outubro, para as turmas dos alunos do 3.º e 4.º ano de escolaridade.
O autor apresentou algumas das suas obras:  “Pirá”, “Serei uma Plantinha Daninha?”, “Anuro, Sapo Sapinho, Sapo Sapão” e "A minha avó Felicidade", levando os alunos  à descoberta de personagens e situações, que despertaram memórias e afetos, reforçaram laços familiares e proporcionaram outros ensinamentos de enriquecimento pessoal, social e ambiental.
Não faltou a animação em que o autor, através de alguns fantoches e outros bonecos interagiu com os alunos, arrancando sorrisos e gargalhadas de todos.

Este encontro promoveu o estudo prévio sobre o autor e a divulgação das suas obras, envolvendo a produção de alguns textos e outros materiais de expressão plástica.




A equipa da biblioteca escolar agradece aos alunos, professoras e pais, que se envolveram na receção ao escritor, no estudo da sua obra, e na aquisição dos livros.
Um agradecimento muito caloroso aos docentes e alunos do Curso CEF - Serviço de Mesa, que confecionaram e serviram o almoço ao autor e restante equipa. 
Ao escritor  Carlos Canhoto (António Luís Carlos), um obrigada muito especial pelos momentos de aprendizagem e de boa disposição.
Gostámos muito de o conhecer e à sua obra!!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

"Retalhos da História - Nos Cem Anos da Revolução Soviética – 1917/2017"


Os antecedentes da Revolução
Antes de 1917, o Czar governava a Rússia de forma autoritária; os camponeses e operários viviam miseravelmente, enquanto a nobreza e o clero viviam dos rendimentos da terra. A economia encontrava-se atrasada, com uma agricultura tradicional e uma fraca industrialização.
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Havia um grande descontentamento. Em 1905, os operários dirigiram-se ao Palácio de Inverno, em S. Petersburgo, onde o Czar residia, para pedir trabalho e pão. Foram recebidos a tiro pela guarda imperial – foi o Domingo Sangrento.
Entretanto, os ideais liberais e marxistas tinham-se divulgado na Rússia; surgiram vários partidos, nomeadamente o Partido Operário Social-Democrata, constituído pelos mencheviques e pelos bolcheviques. Os mencheviques defendiam a constituição de uma democracia parlamentar (ou burguesa) na Rússia; os bolcheviques, liderados por Lenine, defendiam a imposição de um regime socialista (ou marxista).

A Revolução de Fevereiro – o Governo Provisório 

Em fevereiro de 1917 (março segundo o calendário ocidental), uma manifestação de operários em S. Petersburgo enfrentou as tropas do Czar. Este ordenou que a sublevação fosse esmagada, mas as tropas negaram-se a disparar e, revoltando-se contra os seus chefes, passaram a confraternizar com os manifestantes. Era o início da Revolução.
Os revolucionários libertaram os presos políticos e formaram os sovietes para controlar a situação. O Czar foi derrubado e o governo passou a ser exercido por um Comité Executivo Provisório – o Governo Provisório, presidido por Kerensky.
O Governo Provisório tomou importantes medidas: continuação do envolvimento da Rússia na 1.ª Guerra Mundial; abolição da pena de morte; amnistia (perdão) aos presos políticos e aos exilados; abolição das diferenças assentes na etnia e na religião; convocação de uma assembleia constituinte para elaborar a Constituição. Os revolucionários de fevereiro defendiam assim a instauração de um regime liberal representativo, à semelhança do dos países ocidentais.
Entretanto, a fação mais radical dos revolucionários – os Bolcheviques – fizeram uma forte oposição ao Governo Provisório. O seu líder, Lenine, que regressara do exílio aproveitando a lei da amnistia, definiu a estratégia a seguir pelos bolcheviques na oposição ao Governo Provisório:

- Nenhum apoio ao Governo Provisório;

- Nenhum apoio à participação da Rússia na 1.ª Grande Guerra, apelando mesmo à deserção dos soldados;

- Multiplicação dos sovietes (Conselhos de soldados, operários e camponeses);

- Defesa da nacionalização e coletivização de toda a economia russa;

- Defesa da instauração da ditadura do proletariado; Aplicação da doutrina marxista (o marxismo-leninismo).
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Lenine discursando  às massas

Glossário (Conceitos a reter)


 Coletivização – Designação dada à passagem dos meios de produção da propriedade privada para a propriedade coletiva (cooperativas do Estado). Defende a produção e a distribuição coletiva dos bens económicos.
Comunismo - Doutrina política, desenvolvida teoricamente por Karl Marx, baseada na propriedade coletiva e no objetivo de alcançar uma sociedade sem classes sociais. O Socialismo revolucionário (por oposição ao Socialismo democrático) é o sistema imposto para se atingir o Comunismo

Ditadura do Proletariado - Forma de governo em que todos os poderes do Estado são assumidos pelos representantes dos operários, que podem reprimir aqueles que se oponham aos seus objetivos para assegurar a transição a uma sociedade comunista (a sociedade sem classes). Naturalmente, deixam de existir burguesia e patronato.

Marxismo-Leninismo – Doutrina política desenvolvida por Lenine com base na interpretação do marxismo. Esta doutrina defendia a instauração da ditadura do proletariado como fase transitória para o comunismo (a sociedade sem classes).
Nacionalização - Ação de apropriação dos bens privados pelo Estado, com ou sem indemnização.

 Sovietes – Designação dos “conselhos” ou “assembleias” constituídas por operários, soldados e camponeses, que constituíam a base da organização política da Rússia no tempo da Revolução Soviética (ou Bolchevique). Mais tarde, o órgão-cúpula do sistema soviético passou a designar-se Soviete Supremo.

Textos adaptados pela colaboradora Paula Mendes (docente do 3º ciclo)
Bom trabalho!
A equipa da biblioteca

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares

 
Participa!
A equipa da Biblioteca

domingo, 22 de outubro de 2017

Um autor de cada vez

Este mês, lançamos a biografia de um escritor que, recentemente, visitou a nossa Biblioteca Escolar: Carlos Canhoto.



Carlos Canhoto é alentejano, de Pavia, onde nasceu a 26 de maio de 1961.
Carlos Canhoto é o pseudónimo de António Luís Carlos, atualmente funcionário da Câmara Municipal de Mora, onde exerce a função de Coordenador da Divisão de Ação Sociocultural. O autor tem como paixão a escrita e escreve essencialmente para crianças.
Já recebeu vários prémios pelas suas obras.

Transcrevemos um pequeno texto de auto-apresentação:

"(...) Passei as tardes da meninice com a minha avó Felicidade. Brinquei à batalha naval na poça do “Curral Concelho”, com barcos de piteira. Corri atrás dos pássaros à procura dos ninhos e espreitei as bogas que ao luar subiam os ribeiros para a desova. Cresci. Agora sou casado, tenho dois filhos, vivo entre sobreiros e oliveiras que a minha mulher primorosamente pinta. Tenho milhões de abelhas, dois cães, um gato, um galo que me acorda todas as manhãs e uma horta com muitas árvores que eu mesmo plantei e trato. (...)"

In: Qual Albatraz



Algumas das suas obras:


















Para saber mais clica aqui:



segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Dia Mundial da ALIMENTAÇÂO

De 16 a 20 de outubro terão lugar várias atividades organizadas e desenvolvidas  pela equipa das Bibliotecas Escolares de Santiago Maior; pelos docentes do grupo disciplinar de Matemática e Ciências Naturais; pelo curso CEF- Área vocacional, Serviço de Mesa. Registe-se também a parceria com a CERCIBEJA e a equipa de Saúde Escolar.

Consultem o cartaz e PARTICIPEM!


Para os pais e encarregados de educação divulgamos um artigo com o título " Somos o que comemos". Para ler é só clicar na imagem.

https://www.portoeditora.pt/espacoprofessor/paginas-especiais/educacao-pre-escolar/opiniao-pre/somos-o-que-comemos/

Para saber ainda mais:




 
 

A equipa das Bibliotecas Escolares
 

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

5 de outubro - Dia Mundial do Professor

O Dia Mundial do Professor celebra-se anualmente no dia 5 de outubro e pretende homenagear todos os professores que contribuem para o ensino e para a educação da sociedade.
A data foi criada pela UNESCO em 1994 com o objetivo de chamar atenção para o papel fundamental que os professores têm na sociedade, para o desenvolvimento da população e das nações.

Transcrevemos a mensagem de Irina Bokova, Diretora-geral da UNESCO, para Todos os professores e professoras:

“Os professores são a força mais influente e poderosa para a equidade, acesso e qualidade na educação”


http://www.dge.mec.pt/noticias/dia-mundial-do-professor-0

Para mais informações sobre o tema, pode clicar na imagem.



A Equipa da Biblioteca  congratula  todos (as) os professores e professoras!

Implantação da ´República (para os mais novos)

Retalhos de História- Implantação da República

                            Revoltosos republicanos na Rotunda (atual Praça Marquês de Pombal)
 
"Quando chegaram a casa era dia claro. A mãe esperava-os à janela, com as mãos ansiosamente cruzadas no peito: «Depressa filhos! Que demora esta!» – e tirou-se para dentro. Atravessaram a rua a correr em direção à porta. Pelas janelas e às esquinas havia caras estremunhadas, assustadiças. Circulava gente com timidez, indagando, hesitante, com medo duma bala perdida. Subiram a escada tropeçando e rindo, falando todos ao mesmo tempo, respondendo aos vizinhos que acudiram aos patamares:
– É a revolução! Os republicanos já estão na Rotunda!
(…)
Durante dois dias e duas noites o ar de Lisboa andou esguedelhado de tiros, o céu riscado de fogos de vista singulares. Pairavam no ar palavras novas, de intrigante e mágico sentido – metralha, granadas, máuseres, shrapnell, obuses, barricadas, Maxim’s… O Santiago sabia tudo e explicava, à janela,                                  
tomado da excitação que vinha na aragem, no sol, nos ecos de longe, arrastando vozes e varrendo as fachadas, dando-lhes um estonteamento feliz, de grande festa. Era um espetáculo empolgante (…).
Anoiteceu naquilo, e de vez em quando, a poente, as granadas raiavam de fogo o veludo macio do céu, onde a estrela da tarde fulgurava num resto de luz verdosa. Outras explodiam em pleno ar, deixando uma bola de fumo que a aragem dissipava lentamente. Parecia um arraial. Mas não houve remédio senão ir para a cama, deixando os outros de janela, a gozar. Adormeceu depressa, embalado pelo vozear confuso, as exclamações de espanto, o troar distante dos canhões.
(…)
De repente o Santiago deu um grito:
– Mãezinha! Mãezinha! Venha cá ver! A bandeira republicana já está içada no quartel do Carmo!                
Correu de boca em boca e encheu o ar da vizinhança um Ah de assombro, surpresa, desolação e alegria. Todos quiseram ver, estenderam-se mãos para o binóculo, todos suplicaram… Mas havia um só. O sr. Sepulcra alongou fora da janela a beiçana formidável e o bigode mal pintado, e regougou com a voz nasalada e desdenhosa (havia muito tempo que nem se cumprimentavam):
– O menino é parvo! Pode lá ser, abandeira dos desordeiros!
Houve um instante de dúvida e frio. Sim, talvez o pequeno se tivesse enganado, isto de crianças… Intimidado, com os olhos vermelhos de insónia e uma ponta de conjuntivite, o Santiago encolheu os beiços e não contradisse o sr. Sepulcra, um cavalheiro imponente, e para mais funcionário das Alfândegas d’el-rei nosso senhor. O binóculo passou de mão em mão, até a velha Delfina quis ver, mas não se entendeu com o objeto – «Troca-me as vistas!», disse ela – e todos confirmaram que sim-senhor, lá estava a bandeira verde e encarnada, que até parecia ali a dois passos! A mãe, arrebatada, estendeu o aparelho ao vizinho:
– Veja, veja lá se o pequeno é parvo, ou quem é!
Entredentes chamou-lhe «caloteiro». Com certa repugnância aristocrática, o sr. Sepulcra pegou e olhou. Logo empalideceu, até a beiçola de rabadilha perdeu a cor: era a bandeira da canalha! A dona Mariquitas, que estava toda inclinada para fora, com os seios de neve perfeitamente à vista no roupão claro, deu um gritinho e desapareceu com os papelotes. Atrás dela sumiram-se todos – um dos filhos do funcionário rosnou com desprezo: «Galegos! republicanos!» – e fecharam as janelas em protesto, com estrondo. Ouviu-se a Rita num grande berreiro… O binóculo voltou a circular em mãos amigas. Até os Mitelos, reconciliados, vieram ver. A monarquia estava acabada.

Naquela noite, contra o costume, o sr. Augusto chegou cedo. Três dias tinha ficado fora de casa. Vinha pálido e fatigado, nem se tinha despido, com a barba crescida, mas radiante. Trazia uma mancheia de shrapnell, duma granada que tinha explodido na lavandaria do Hotel, uma recordação do Cinco de outubro.
Ficou acordado até muito tarde, a contar tudo à mulher, no quarto, à porta fechada. E pela primeira vez desde que o conheciam e amavam, os filhos o ouviram chorar como uma criança. A dona Adélia falava-lhe com ternura, ria-se daquela emoção…
Então compreenderam que alguma coisa de grande e sério de passava: não era só festa, só vivas, só fogos-de-vista! E ficaram muito tempo calados, no escuro da noite, pensando no pai que chorava de alegria, até que o cansaço daquele primeiro dia da Vida Nova os venceu, e adormeceram."

                                                                 
José Rodrigues Miguéis, A Escola do Paraíso, 1960 (excertos).


Revoltosos republicanos na Rotunda (atual Praça Marquês de Pombal), de 4 para 5 de outubro de 1910.

Fotos:http://www.wikiwand.com/


Votos de um bom feriado!

A equipa da Biblioteca

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

5 de outubro - Dia da Implantação da República

 O dia da Implantação da República, 5 de outubro, é um feriado nacional.
A implantação da República comemora-se anualmente a 5 de outubro, o dia em que a mesma foi proclamada, no ano de 1910, em Lisboa".

Imagem ilustrativa

Esta ação foi levada a cabo por um movimento de cidadãos apoiantes do republicanismo nacional. Estes cidadãos não concordavam que Portugal fosse governado pela monarquia. Chefiados por Teófilo Braga, os cidadãos procederam a um golpe de estado, destituíram a monarquia constitucional e implantaram o regime republicano.


Imagem ilustrativa

Após a proclamação da República foi criado um governo provisório chefiado por Teófilo Braga.

Em agosto de 1911 foi aprovada uma nova Constituição, tendo início a Primeira República Portuguesa. 


Imagem ilustrativa

O primeiro Presidente da República foi Manuel de Arriaga, eleito pelo Parlamento a 24 de agosto de 1911.
Imagem ilustrativa

Sabias que a imagem da República é representada pela figura de uma mulher, tendo como inspiração a imagem na obra "A Liberdade guiando o Povo, pintada em 1830 por Eugène Delacroix.


Obra sobre o tema que podes encontrar na Tua Biblioteca:

Imagem ilustrativa
Sinopse: São muitas as perguntas que colocamos quando se fala do 5 de Outubro de 1910. Será que saberemos o que é uma República? Qual é a diferença entre a República e a Monarquia? Como é que nasceu o Hino Nacional? Como é que se escolheu a Nova bandeira portuguesa?
As respostas a estas e outras questões podes encontrar neste livro de José Fanha...

Se quiseres aprofundar e descobrires mais sobre este tema, clica aqui.

domingo, 1 de outubro de 2017

Concerto de poesia para crianças - "Andante...(des)Concertante

No passado dia 28 de setembro, a convite da Biblioteca Municipal de Beja, as turmas do 3.º B e do 3.º C da Escola Básica de Santiago Maior, conjuntamente com duas turmas da EB de Santa Maria, deslocaram-se à Casa da Cultura para assistir ao espetáculo “Andante(des)Concertante”, pela companhia de teatro “Andante”.

A peça consistiu num concerto feito de poesia, música, magia, heróis, pings e bongs, bailados de mãos e… silêncio.


A maestrina conduziu uma floresta, onde havia uma orquestra, e com muita poesia, foi ensaiando com brincadeiras, coreografias, músicas, sons de vento e de pássaros e até de palavras proibidas.

No final, floresta e orquestra fizeram a sua apresentação… e todo o público participou.

Se clicares na imagem podes ver a surpresa que nos prepararam…



O recurso à Língua Gestual Portuguesa foi muito envolvente porque nos mostrou a fala das árvores e a dança das palavras através das mãos, o que nos permitiu perceber e valorizar mais esta língua num contexto artístico.

Obrigada pelo momento inspirador e envolvente, em que partilhámos o prazer dos livros, da poesia, do teatro e da arte através das palavras, do gesto e do silêncio num contexto verdadeiramente inclusivo. 

Agradecemos à Biblioteca Municipal de Beja e à Companhia de Teatro "Andante" a experiência que nos proporcionaram.
Obrigada!