segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Todos Juntos Podemos Ler - O artista que pintou um cavalo azul

Mais uma história... para os meninos mais novos ou, simplesmente, para quem gosta de pintar e "dar largas à imaginação".

O autor é Eric Carle cujos livros nos fascinam, assim como as suas palavras sensatas e libertadoras:

" (...) Acredito que as crianças são criativas por natureza e capazes de aprender. (...)  Nos meus livros quero mostrar-lhes que aprender é realmente fascinante e divertido."



No separador "Recursos (Materiais adaptados)" pode visualizar a história como atividade de causa-efeito e fazer o download para descarregar no seu pc.

A equipa  da Biblioteca Escolar deseja
Boas leituras!

domingo, 28 de janeiro de 2018

Retalhos da História " Sabonetes de Pedra"

No âmbito da atividade "Retalhos da História, em articulação com a disciplina de História do 9.º ano, evocamos o  "Dia Internacional em memória das vítimas do Holocausto" através da apresentação do seguinte texto: "Sabonetes de Pedra".

Para refletir e analisar...


SABONETES DE PEDRA 

Há algumas semanas, desconhecidos assaltaram o canil municipal de Coimbra, tendo desaparecido todos os cães que estavam presos nessas celas da morte. Fiquei contentíssimo e com pena de não ter feito parte do grupo de assaltantes. Depois, as minhas ilusões acerca da humanidade sofreram mais um rude golpe: diz-se que os desconhecidos levaram os animais para os utilizar em combate, atiçando contra eles os cães que treinam para matar. Quando julgava estar perante libertadores de animais, a questão de estes terem violado a lei não me preocupou nem um bocadinho. Em geral, deve dizer-se, estou-me nas tintas para a lei. Mais ainda neste caso. O grego Plutarco foi mais longe que Cristo, sustentando há dois mil anos que o domínio da bondade é mais vasto que o da justiça e da lei e que há uma comunidade mais fundamental e mais larga que a polis, baseada numa lei não escrita, a da piedade. Em nome da piedade e da vida tudo é legítimo, desde que não se usem os meios de modo a contradizer os fins. Plutarco pertencia a uma comunidade onde havia escravos, ou seja, onde muitos seres humanos eram, como os animais, vítimas de uma crueldade impensada, não criticada, inconsciente. Os escravos estavam fora da pólis tal como sucedeu, em várias sociedades históricas, com as mulheres, as crianças, os pretos. Muitos destes seres humano só ganharam direito à vida desde o cristianismo, e direito à lei desde a Revolução Francesa. Muitos seres humanos — a maioria? — só são seres humanos há muito pouco tempo. Passo frequentemente por camiões que têm escrito atrás uma frase terrível: «transporte de animais vivos». Vejo porcos, ovelhas, vitelos, apertados uns contra os outros. Sei que vão ser desembarcados num sítio que cheira a morte. Baixam-lhes as portas do camião e o terror invade-lhes os olhos. Choram, escoicinham, tentam fugir. Seres humanos com rostos de gelo empurram-nos para máquinas de matar. Pergunto-me que efeito teria um carro funerário com a inscrição «transporte de pessoas mortas». Ou uma carrinha de escola ostentando «crias vivas de Homo sapiens». Uma das histórias que mais me impressionam desde que me lembro de ter memória — não sei se verdadeira — é a dos sabonetes de pedra. Conta a história que nos campos de extermínio de infra-humanos (untermenschen) dos anos de 1943-45, os exterminadores, por razões de eficiência operacional, acalmavam as vítimas à entrada das câmaras de gás distribuindo-lhes sabonetes de pedra, de modo a convencê-las de que iam tomar banho. O que mais me aterroriza é que houve pessoas que tiveram de pensar nisto, debater o assunto numa reunião, encaminhar a encomenda para um fabricante, aprovar um protótipo, receber caixotes cheios de sabonetes de pedra. A minúcia posta na fabricação dos sabonetes de pedra é uma demonstração fria de que os exterminadores não sentiam qualquer empatia, qualquer piedade, relativamente aos untermenschen que exterminavam. Naturalmente porque não os consideravam da sua espécie. Espero que se perceba que não há réstia de demagogia na comparação que sugiro. Existem certamente caçadores, empregados de canis e matadouros, guardas de campos de concentração e criminosos de guerra que são compassivos. Mas parará a piedade nas fronteiras da espécie como parava nas fronteiras do género, da raça, do estatuto legal? Todos conhecemos pessoas que não gostam de seres humanos mas gostam de animais. Mas não há ninguém que, sendo cruel para animais, possa verdadeiramente gostar de pessoas. Quando os defensores dos animais nos pedem para deixarmos de comer carne e deixarmos de maltratar animais, é à nossa piedade que apelam. Não só pelos animais, claro. Pela criança que não pode perceber o que lhe fazem, o velhote sufocado debaixo dos escombros de uma guerra incompreensível, o vitelo que cheira ao longe a pestilência do matadouro, a rola mal ferida que nunca chegará ao ninho. 

Porta da câmara de gás de Majdanek
Fonte: Paulo Varela Gomes, in Ouro e Cinza, Lisboa, Tinta da China, 2014

Completamos com uma sugestão de leitura:



Sinopse da obra: "Um dia, no campo de concentração de Bergen Belsen, na Alemanha, Luis Sepúlveda encontrou gravada numa pedra uma frase de autor anónimo que dizia: «Eu estive aqui e ninguém contará a minha história.» Essa frase trouxe-lhe à memória toda uma galeria de personagens excecionais que havia conhecido e cujas histórias mereciam ser contadas. 

Assim nasceu o presente livro, As Rosas de Atacama. «Histórias marginais» (aliás o título da edição original espanhola), e também histórias de marginais, os relatos que compõem esta obra têm todos os ingredientes a que Luis Sepúlveda habituou os seus leitores: a defesa da vida e da dignidade humana, a luta pela justiça, o elogio dos valores ecológicos, o exotismo como afirmação de que os sonhos são os mesmos em todos os lugares da Terra. Como em todos os livros de Sepúlveda, também neste a realidade supera a ficção."


Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

No dia 27 de janeiro evoca-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Passados 73 anos sobre a libertação do campo de concentração de Auschwitz ,  lembramos as palavras de António Guterres, secretário-geral da ONU, ao referir a associação entre a  "Lembrança do Holocausto e Educação: Uma Responsabilidade  Partilhada". A ideia é destacar a dimensão universal do Holocausto e incentivar a educação sobre a tragédia para que as futuras gerações rejeitem firmemente todas as formas de racismo, violência e antissemitismo.


De acordo com a Organização das Nações Unidas, o Holocausto foi um ponto de viragem  na história da humanidade, que levou o mundo a dizer "nunca mais". A resolução que instituiu o Dia Mundial em Memória das Vítimas do Holocausto traz a lembrança dos crimes passados com o objetivo de preveni-los no futuro.



Se queremos preservar a Humanidade e promover a tolerância e os valores universais, não podemos esquecer…
Imagem simbolizando um campo de concentração




Judeus húngaros aguardam transporte para campo de concentração em 1944


Este é um dia de lembrança em nome dos milhões de vítimas provocadas pelo genocídio cometido pelos nazistas e seus adeptos que perseguiu grupos específicos como comunistas, ciganos, homossexuais, deficientes físicos e mentais, e, maioritariamente, judeus. Ceifou a vida de milhões de judeus durante a II Guerra Mundial e estima-se que 1,5 milhões eram crianças e 6 milhões, judeus.

A data de 27 de janeiro foi escolhida para a celebração deste dia por possuir um significado especial: foi a 27 de janeiro de 1945 que teve lugar a libertação do principal campo de concentração nazi (Auschwitz) pelas tropas da União Soviética.
Entrada para Auschwitz

Lembramos que o Dia Internacional em memória das vítimas do Holocausto foi criado por ação da Assembleia Geral das Nações Unidas, pela Resolução 60/7, de 1 de dezembro de 2005.






Com vista a promover a educação sobre este tema, assinalando o imperativo de manter viva a memória do Holocausto, a Biblioteca Escolar de Santiago Maior assinala o momento através da atividade "Retalhos da História" e, durante a próxima semana, os alunos do 9.º ano, na disciplina de História, com a professora Paula Mendes, poderão visualizar o filme: " O Pianista". Trata-se de um filme de 2002 realizado por Roman Polanski e interpretado por Adrien Brody









Não podemos esquecer...

A equipa da Biblioteca Escolar de Santiago Maior

domingo, 21 de janeiro de 2018

Projeto Histórias da Ajudaris - Educação Pré-Escolar 1.º e o 2.º Ciclos do Ensino Básico

Divulgamos o Projeto "Histórias da Ajudaris 2018" e incentivamos os professores a inscreverem as suas  turmas.





Lembramos que o projeto "Histórias da Ajudaris" promove a leitura, a escrita e a cidadania. As crianças têm a possibilidade de serem autoras de uma história que, se for selecionada, poderá ser ilustrada por um profissional que "colhe inspiração na história que lhe for atribuída, dando cor e vida às suas personagens e cenário".
Este ano, o tema é "A Natureza".
O nosso Agrupamento, através da Biblioteca de Santiago Maior, é parceiro da Associação Ajudaris e, desde 2014, tem participado neste projeto com a apresentação de trabalhos. Este ano, em colaboração com as docentes das turmas participantes, promovemos em Beja  a Festa de Lançamento dos Livros AJUDARIS 17.

Para saber mais  consulte o Regulamento.


Participe (a)!
A equipa da BE


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Todos Juntos Podemos Ler - Pequeno azul e pequeno amarelo

Divulgamos a História adaptada: "Pequeno Azul e Pequeno Amarelo".
Uma história de Leo Lionni que nos delicia, com simplicidade e harmonia elevadas à categoria de obra de arte, nesta metáfora sobre a amizade, a inocência e a ternura.


No separador "Recursos (Materiais adaptados)" pode visualizar a história como atividade de causa-efeito e fazer o download para descarregar no seu pc.


A equipa educativa da Biblioteca Escolar deseja
Boas leituras!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Concurso "Conta-nos uma história!"

O Ministério da Educação (ME), através da Direção-Geral da Educação (DGE), do Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) e do Plano Nacional de Leitura 2027(PNL2027), em parceria com a Microsoft, a Associação Portuguesa de Professores de Inglês (APPI) e a Rádio ZigZag, lança a 9.ª Edição do concurso "Conta-nos uma história!".



Esta iniciativa pretende fomentar a criação de projetos desenvolvidos pelas escolas de Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico que incentivem a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), nomeadamente tecnologias de gravação digital de áudio e vídeo.

Aqui pode consultar o Regulamento.

Lembramos que o ato de contar histórias desempenha um papel indispensável nas aprendizagens dos alunos destes níveis de educação e ensino, quer na aquisição de conhecimentos, competências e valores quer nas atividades de carácter mais lúdico.



A equipa da Biblioteca disponibiliza-se para apoiar os docentes e as suas turmas / grupos de alunos que pretendam concorrer a esta iniciativa.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Concurso Nacional de Leitura

Com o objetivo de estimular hábitos de leitura e pôr à prova competências de expressão escrita e oral, este ano, a nossa Escola participa no Concurso Nacional de Leitura.
Já estão abertas as inscrições - alunos, preparai-vos!
Podem fazer a inscrição na vossa biblioteca escolar ou, solicitar orientações, junto do professor da disciplina de português ou da professora bibliotecária.
Regulamento aqui.



Divulgação: concurso Medi@ção

Divulgamos o concurso Medi@ção. Basta clicar na imagem para aceder a toda a informação:

http://www.rbe.min-edu.pt/np4/2029.html


sábado, 6 de janeiro de 2018

História cantada sobre o "Dia de Reis"

Para os mais pequenos, divulgamos uma história cantada sobre o "Dia de Reis".

A Equipa da Biblioteca deseja Feliz Dia de Reis!

Para os mais pequenos - História "Os três Reis Magos"

Os três Reis Magos

Num país distante viviam três homens sábios que estudavam as estrelas e o céu. Um dia viram uma nova estrela muito mais brilhante que as restantes, e souberam que algo especial tinha acontecido. 

Perceberam que nascera um novo rei e foram até ele. 

Os três reis magos, Gaspar, Melchior e Baltazar, levavam presentes, e seguiam a estrela que os guiava até que chegaram à cidade de Jerusalém.



Aí perguntaram pelo Rei dos Judeus, pois tinham visto a estrela no céu. 

Quando o rei Herodes soube que estrangeiros procuravam a criança, ficou zangado e com medo. Os romanos tinham-no feito rei a ele, e agora diziam-lhe que outro rei, mais poderoso, tinha nascido? 

Então, Herodes reuniu-se com os três reis magos e pediu-lhe para lhe dizerem quando encontrassem essa criança, para ele também a ir adorar. 

Os reis magos concordaram e partiram, seguindo de novo a estrela, até que ela parou e eles souberam que o Rei estava ali. 

Ao verem Jesus, ajoelharam e ofereceram-lhe o que tinham trazido: ouro, incenso e mirra. A seguir partiram. 
À noite, quando pararam para dormir, os três reis magos tiveram um sonho. Apareceu-lhe um anjo que os avisou que o rei Herodes planeava matar Jesus. 

De manhã, carregaram os camelos e já não foram até Jerusalém: regressaram à sua terra por outro caminho. 

José também teve um sonho. Um anjo disse-lhe que Jesus corria perigo e que ele devia levar Maria e a criança para o Egipto, onde estariam em segurança. José acordou Maria, prepararam tudo e partiram ainda de noite. 

Quando Herodes soube que fora enganado pelos reis magos, ficou furioso. Tinha medo que este novo rei lhe tomasse o trono. 

Então, ordenou aos soldados para irem a Belém e matarem todos os meninos com menos de dois anos. Eles assim fizeram. 

As pessoas não gostavam de Herodes, e ficaram a odiá-lo ainda mais. 

Maria e José chegaram bem ao Egipto, onde viveram sem problemas.
Então, tempos depois, José teve outro sonho: um anjo disse-lhe que Herodes morrera e que agora era altura de regressar com a família a Nazaré à sua casa. 

Depois da longa viagem de regresso, eles chegaram enfim ao seu lar.

Retalhos da História- Vamos cantar as Janeiras e saborear o bolo-rei

Imagem ilustrativa
Associados à quadra natalícia, vamos encontrar as Janeiras e os Reis, que representam peditórios cantados na noite de Natal, de Ano Novo e de Reis. Herança provável das próprias strenas romanas, a entoação dos cânticos tem por finalidade receber dádivas que se revestem de um carácter alusivo e propiciatório, a remeter-nos, como noutras celebrações, para tempos remotos, em que se celebravam deuses e divindades pagãs ou eram pedidas ou oferecidas dádivas no início do ano comum, símbolo de bom augúrio, quer para quem as pedia, quer para quem as doava.
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O costume, espalhado ainda hoje por toda a Europa, em países como Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, entre outros, continua a celebrar-se, com os seus seculares cânticos de religiosidade popular e festiva. 

“As Janeiras” ou “Cantar as Janeiras” é também uma tradição em Portugal que consiste na reunião de grupos, homens e mulheres, que se passeiam pelas ruas no início do ano, cantando de porta em porta e desejando às pessoas um feliz ano novo. Ocorrem em Janeiro, o primeiro mês do ano. 

Supõe-se que esta tradição está relacionada com cultos pagãos, desenrolando-se no mês do deus romano Jano, de Janua, que significa Porta, Entrada. Esta figura da mitologia romana, representada com duas caras, encontra-se fortemente ligada à ideia de entrada, mas muito em especial, à noção de transição, de conhecimento do passado e do futuro.
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A origem da tradição de cantar as Janeiras não se pode, contudo, dissociar-se da penúria em que as pessoas viviam encontrando nesta, e noutras manifestações semelhantes, a forma de obterem uma dádiva, principalmente vinho e alimentos dos senhores abastados, sem que com isso se sentissem humilhadas. Por isto, cantavam as Janeiras num misto de religiosidade, atendendo à época em que são cantadas, e de ironia e mordacidade sempre com um apelo à dádiva de comes e bebes. No decorrer das cantorias eram invocados os nomes do dono e da dona da casa, e de alguma outra figura que tivesse preponderância familiar.
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Hoje em dia a tradição consiste num grupo de amigos ou vizinhos que se juntam, com ou sem instrumentos, no caso de os haver são mais comuns os folclóricos: pandeireta, bombo, flauta, viola, etc. Depois de o grupo feito, e de distribuídas as letras e os instrumentos, vão cantar de porta em porta pela vizinhança. Terminada a canção numa casa, espera-se que os donos tragam as janeiras - castanhas, nozes, maçãs, chouriço, morcela, etc. por comodidade, é hoje costume dar-se chocolates e dinheiro, embora não seja essa a tradição. 

Com a alegoria “até aos Reis é sempre Natal”, o dia de Reis, ou Epifania, traduz um dos mais relevantes episódios tradicionais associados ao nascimento de Jesus Cristo.
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A comemoração do Dia de Reis, celebra-se no dia 6 de Janeiro. Foram os Reis que batizaram o manjar cerimonial da doçaria alimentar desta data: o bolo-rei (espécie de pão doce recheado e enfeitado com frutos secos e cristalizados: pinhões, amêndoas, nozes, passas; laranja, figo, cereja, abóbora), cuja tradição se espalhou por quase toda a Europa e alguns países da América (particularmente América Latina), a resultar, supostamente, do bolo janual, bolo que os Romanos ofereciam e trocavam entre si nas festas do primeiro dia do Ano Novo. Ao bolo juntavam um ramo de verdura colhido num bosque dedicado à deusa Strena, ou Strénia. Do nome da deusa derivarão o vocábulo francês étrenne (que significa “presentes de Ano Novo”) e a palavra “estreias”, termo que, em certas localidades do nosso país, continua ainda a utilizar-se para definir o ato de oferecer presentes de “boas festas” (dar as “estreias”). 

Ao bolo janual e ao ramo de verdura acrescentavam os Romanos pequenas lembranças (tâmaras, figos, mel), com votos de bom ano, paz e felicidade. Este costume tornou-se depois mais exigente, acabando o oiro e a prata por substituir os singelos presentes. Em diversos países foi hábito durante muito tempo introduzir no bolo uma pequena cruz de porcelana (que se juntava à fava), substituída depois por minúsculas figurinhas humanas, tradição que se conservou durante muito tempo, aliada à expectativa de quem iria encontrar a fava ou o brinde.
Imagem ilustrativa
O bolo-rei está assim, carregado de simbologia, pois este bolo representa os presentes oferecidos pelos Reis Magos ao Menino Jesus. O bolo-rei terá surgido em França, no tempo de Luís XIV para as festas do Ano Novo e do dia de Reis. Alguns episódios marcaram a história deste bolo, nomeadamente, a sua proibição em 1789, em plena Revolução Francesa, obrigando mesmo os confeiteiros a mudarem-lhe o nome para “Gâteau dês sans-cullottes”. Em Portugal, após a proclamação da Republica, também existiram algumas tentativas para proibir o seu fabrico, mas sem sucesso. Se inicialmente, o bolo-rei era aguardado para o dia de Reis, ou suas vésperas, atualmente, já existem confeitarias a fabricarem durante todo o ano, ou pelo menos a partir de finais de Novembro até o dia 6 de Janeiro. 

“As paixões não se contam, provam-se. As vivências nem sempre se perdem, experimentam-se, permanecem, saboreiam-se.”
Fonte: Soledade Martinho Costa, 2002, in http://news.fm.ul.pt